10 de ago. de 2009

Esses dias acordei revoltada (só para variar), mas foi diferente, decidi mudar tudo, tudo mesmo.
Comecei mudando pelas roupas. Doei todas aquelas coisas que não uso há tempos na esperança de que a moda volte (e vai voltar, claro, pois agora já não tenho mais essas roupas). Tentei doar os sapatos, mas esses são meus amores, de todas as cores, de todos os formatos, em sua maioria responsáveis por vários sorrisos e infinitas dívidas cultivadas por anos e anos. Sempre que achava que ia me livrar de um carnê, lá ia eu novamente comprar mais uns pares... Lógico, impossível comprar um par de sapato por vez, melhor logo aos montes.
Distribuí os bichos de pelúcia, um para cada amigo. Mas não consegui distinguir se o que eu tinha muito eram bichinhos de pelúcia ou amigos... Enfim, doei no intuito de que cada um deles se lembre de mim por algum tempo enquanto estiver longe.
Joguei fora, (eu disse f-o-r-a) todos aqueles bibelôs e suvenirs que ganhei sei lá eu de quem, sabe-se lá há quanto tempo que estavam aqui apenas juntando pó.
Queria pintar as paredes, mas agora não é o momento, já que o azul me acalma e eu fico muito tempo aqui dentro.
Joguei jora os polígrafos da faculdade! Nossa, esse foi o meu maior desapego. Passei seis anos juntando papel achando que algum dia iria usar isso de novo, ledo engano... Estavam apenas atrapalhando.
Os livros eu reoerganizei, não tenho coragem de dar, doar, vender ou jogar fora. Pretendo ler todos eles algum dia.
Nossa, achei cada coisa, cada foto, cada cartão apaixonado...
Cartão apaixonado, será que alguém ainda entrega isso? Acho que não, nunca mais recebi... Ou será que eu que não fui receptiva a merecer?
Enfim, agora não importa mais...
Ao invés de varrer a sujeira com a vassoura e fazer aquele pó do cão, aspirei tudo: o pó, os pelos, as penugens, os grãos e tudo que é coisa minúscula que derrubo no chão e nunca mais me abaixo para juntar.
Bem, agora que estou aprada na porta noto que tenho muito espaço livre, pronto para juntar as relíquias que não servem para nada tudo de novo.

Nenhum comentário: